Sonia Guajajara vai custear super poço de R$ 2 milhões
A ministra dos Povos Indígenas considerou desproporcional o uso da força em Dourados
CAMPO GRANDE NEWS
A medida, conforme já noticiado, busca atender comunidades dos povos guarani-kaiowá e terena, que reivindicavam melhores condições de abastecimento de água potável. Nesta quarta-feira o Batalhão de Choque da Polícia Militar foi acionado para acompanhar o bloqueio da MS-156. Em nota, a ministra Sonia Guajajara descreve as imagens como "[...] marcadas pelo uso considerado arbitrário e desproporcional da força por parte das autoridades de segurança".
Ainda segundo a titular, a pasta acionou o Governo do Estado e está em diálogo com as secretarias estaduais de Segurança Pública e Cidadania, além de órgãos federais como o MPF (Ministério Público Federal), o Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) e a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), para buscar soluções e garantir a segurança dos manifestantes.
Além da construção dos super poços, outras iniciativas estão em curso para melhorar o abastecimento de água nas aldeias. Um convênio entre o ministério, o Governo do Estado e a Itaipu Binacional prevê um investimento de R$ 60 milhões para a ampliação e modernização dos sistemas de água em oito aldeias, beneficiando cerca de 34 mil pessoas.
Também foi firmado um termo de execução com a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), com aporte de R$ 575 mil para a construção de poços artesianos.
Mais cedo, os indígenas rejeitaram a proposta de liberar a estrada imediatamente, como queria o governo de Mato Grosso do Sul. Apesar de as lideranças das aldeias Bororó e Jaguapiru concordarem com a liberação da rodovia, a maioria dos moradores decidiu manter o bloqueio pelo menos até esta quinta-feira.
Para esta quinta-feira está prevista a visita a Dourados da secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza da Silva. Por ordem do governador Eduardo Riedel, ela vai se encontrar com representantes da comunidade indígena, às 8h, no Ministério Púbiico FederaI (MPF).
Os indígenas exigiram a presença da secretária para assinar pessoalmente o documento com o compromisso do governo em ampliar o fornecimento de água através de caminhões-pipa e para construção de dois poços na reserva.
Além disso, há compromisso de liberação de R$ 53 milhões em 2025 para a construção de dois “super poços” que resolveriam em definitivo a falta de água nas aldeias. Após essa reunião, os indígenas devem liberar a rodovia.
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