Fazendeira só sai quando entregar as chaves da propriedade ao Lula
A União já confirmou o depósito aos proprietários rurais, mas ato simbólico deve por ponto final a conflito
A última fazendeira que habita área de conflito agrário em Antônio João, a empresária Roseli Ruiz só deixará a propriedade na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve visitar o local no próximo dia 25. Quem informou esse posicionamento foi o presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni, em vídeo enviado para o Campo Grande News, nesta terça-feira.
Marcelo Bertoni afirmou que o dinheiro cairia na conta destinadas aos proprietários rurais entre hoje e nesta quarta-feira, todas as famílias já saíram da área, exceto o casal Roseli Ruiz e Pio Queiroz, que estão na Fazenda Barra - a única ainda não ocupada pelos indígenas.
"Ficou do presidente Lula e do Gilmar Mendes (ministro do Supremo Tribunal Federal) irem a essa área para fazer a entrega aos indígenas. E aí sim a produtora vai entregar a chave na mão deles e vai sair", afirmou o presidente da Famasul. "Ela já vem retirando suas coisas e provavelmente, a partir da entrega das chaves, ela sai da fazenda", completou.
O comandante da Polícia Militar em Ponta Porã, tenente-coronel Edson Guardiano, disse hoje que os policiais permanecem vigiando a Fazenda Barra, já que o casal permanece no local.
A terra foi reconhecida como originária dos kaiowá em 28 de março de 2005, com área de 9,1 mil hectares, mas nunca implantada, o que motivou os conflitos ao longo do tempo. Os kaiowá foram reconhecidos como donos originários, sendo apontado que a expulsão foi consolidada na década de 1950, já proprietários rurais apontam a presença de não indígenas na região no ano de 1863, quando ainda era Paraguai.
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