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Naviraí - MS,14/11/2024

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Fazendeira só sai quando entregar as chaves da propriedade ao Lula

A União já confirmou o depósito aos proprietários rurais, mas ato simbólico deve por ponto final a conflito

MARCOS ERMÍNIO
Fazendeira só sai quando entregar as chaves da propriedade ao Lula Entrada das fazendas Barra e Fronteira, na região de Antônio João

A última fazendeira que habita área de conflito agrário em Antônio João, a empresária Roseli Ruiz só deixará a propriedade na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve visitar o local no próximo dia 25. Quem informou esse posicionamento foi o presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni, em vídeo enviado para o Campo Grande News, nesta terça-feira. 

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Mais cedo, o governo federal confirmou o depósito de R$ 27.887.718,98 e o STF (Supremo Tribunal Federal) definiu prazo de 15 dias, a vencer no dia 26, para que proprietários rurais deixem as áreas, que integram a terra indígena Ñanderu Marangatú. É o começo do cumprimento do acordo para desocupar 11 áreas, em uma região de conflitos antigos, que neste ano culminaram na morte de mais um indígena.

Marcelo Bertoni afirmou que o dinheiro cairia na conta destinadas aos proprietários rurais entre hoje e nesta quarta-feira, todas as famílias já saíram da área, exceto o casal Roseli Ruiz e Pio Queiroz, que estão na Fazenda Barra - a única ainda não ocupada pelos indígenas.

"Ficou do presidente Lula e do Gilmar Mendes (ministro do Supremo Tribunal Federal) irem a essa área para fazer a entrega aos indígenas. E aí sim a produtora vai entregar a chave na mão deles e vai sair", afirmou o presidente da Famasul. "Ela já vem retirando suas coisas e provavelmente, a partir da entrega das chaves, ela sai da fazenda", completou.

O comandante da Polícia Militar em Ponta Porã, tenente-coronel Edson Guardiano, disse hoje que os policiais permanecem vigiando a Fazenda Barra, já que o casal permanece no local.

A terra foi reconhecida como originária dos kaiowá em 28 de março de 2005, com área de 9,1 mil hectares, mas nunca implantada, o que motivou os conflitos ao longo do tempo. Os kaiowá foram reconhecidos como donos originários, sendo apontado que a expulsão foi consolidada na década de 1950, já proprietários rurais apontam a presença de não indígenas na região no ano de 1863, quando ainda era Paraguai. 




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